segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Encher a vida


Porque nem tudo é óbvio quando não estamos a olhar em frente, porque o caminho tem mais pedras quando vamos às escuras...

Sabes que sabes mas sabes também que também não consegues saber que sabes conseguir?

Talvez...
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Frente a uma grande plateia de assistentes, um gestor do tempo, colocou um frasco de vidro e algumas pedras sobre a mesa. E perguntou:

- Alguém me sabe dizer quantas pedras são necessárias para enchermos este frasco?
E começou a encher o frasco enquanto algumas pessoas tentavam adivinhar. Quando já não cabiam mais pedras perguntou:

- Estará cheio?
Ao que reponderam todos que sim.
Então o gestor, tirou um saco de gravilha da pasta e disse:

- Ainda não está cheio. Ainda podemos preencher alguns espaços com esta gravilha.
Depois voltou a perguntar:

- E agora está cheio?
Todos responderam inequivocamente que sim. Agora, sem dúvidas, o frasco estava mesmo cheio.
Então o gestor retirou da pasta um saquinho de areia muito fina. E disse:

- Com jeitinho e se abanar um bocadinho o frasco, ainda conseguimos preencher estes espacinhos livres!

Novamente perguntou à turma se o frasco estava cheio e novamente todos responderam que sim.

Foi então que o gestor foi à máquina do corredor e tirou um café. Ao entrar na sala despejou, para todos verem, o café dentro do frasco com as pedras, a gravilha e a areia e disee:
-Arranjamos sempre espaço para um cafézinho.

E com o tempo é mesma coisa.

Devemos começar por preencher o nosso tempo, primeiro com o que é maior para nós na nossa vida, com o que é mais importante. Depois, e com jeitinho, preenchemos os espaços livres com as coisas pequeninas e se o fizermos bem, veremos que haverá sempre ainda espaço para um café com os amigos!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A fogueira

Já nada é como era e assim é que está bem. O caminho para a felicidade passou de estrada rural de campo para auto-estrada de seis filas...só me apetece circular...
Há menos a dizer pois é tudo óbvio e simples. O olhar, o toque, os sentidos embebidos profundamente no nosso ser fervilham de palavras e gestos, de emoções e significados que descansam serenemente junto do coração e lá é que estão bem.
Há uma vontade cá dentro de gritar a plenos pulmões contra esta brisa de levante infindável, morna de paixão que se arrasta pelo oceano fora e que me encontra na falésia, insignificante e mísero em comparação mas gigante em consciência...vento de mudança que me salga a cara e me tira o frio de gostar de ti. O tempo já mudou, a vida está a mudar, os sonhos vão mudar...e é para o futuro que quero crescer, fervendo todo o presente para dele tirar apenas o que é puro e bom.
Quente, procuro todo o quente que encontrar e é quente que quero devolver. Quero ver todo o brilho de todas as estrelas e guardá-las só para ti, quero olhar para céu e desenhar o teu rosto por entre os astros, ver o teu reflexo e ele sorrir por saber que também olhas, olhar para dentro e sentir o quente que é encontrar-te lá...e ver-te sorrir.

Eriça-se a epiderme a cada toque, o som que descai de cada pancada vibra cada célula a cada passagem do desejo de o repetir...despejam-se injecções de faíscas em arcos e o calor acontece. Aproxima-se mais uma vez os seixos, repete-se o desejo e afirma-se a vontade de aquecer. A chama que de débil e fraca se torna sólida e mantida, dança em inebriantes sopros de laranjas-vermelhos que enaltecem o brilho que jubila dos teus olhos abraçando este nosso calor...

É um fogo que arde sem se ver;
é um crescendo de isto e de aquilo e de tudo o que é nosso;
é morder como quem beija;
é ter sempre o copo cheio;
é assim...é tudo o que somos elevados ao expoente da loucura e sentir que é nele que encontramos a nossa cura.

é tudo isto e tudo o que já foi dito...é algo tão nosso como o nosso ser, tão íntimo como o nosso pensamento, tão sincero como aquilo que conseguimos ser, tão real como aquilo em que conseguimos acreditar.