domingo, 8 de julho de 2007

Profundo



Estou a mover-me gentilmente para a frente, observando um mundo selvagem e bonito por baixo de mim.
Flutuo em silêncio, e quebro-o com o som do meu respirar.
Por cima de mim, não há nada a não ser uma luz difusa, o sítio de onde venho e para onde vou, assim que terminar por aqui.
Estou a mergulhar.
Sou um mergulhador.
Vou mais fundo por entre as rochas enrugadas e as sombras mais escuras de algas, em direcção a um azul profundo onde um cardume de peixes prateados aguarda-me.
À medida que vou nadando pela água, sopro bolhas de ar que nascem em mim e dançam como alforrecas enquanto sobem, fazendo cocegas nas ondas que vivem na superfície.
Verifico o meu ar. Não tenho tanto tempo como o que preciso para ver tudo, mas é isso que o torna tão especial.

Texto adaptado e extraído deste filme.

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